Moradores em situação de rua tem um novo recomeço na Vila Reencontro Pari

Ainda existem outras centenas de pessoas em situação de rua, que vivem no bairro e outros vizinhos como o Brás e a Mooca, e não tiveram a mesma oportunidade das mais de 100 famílias contempladas pela Vila Reencontro Pari.

Para muitos, o Pari é uma extensão da Cracolândia com as mesmas dificuldades sociais que levam a terra da garoa para um cenário caótico como a sujeira, assalto, violência e uso de drogas nas ruas.
Os três bairros centrais, da zona leste, se integram em uma região esquecida pela subprefeitura da Mooca, é o que diz a maioria das pessoas que estudam, trabalham ou moram na região, com uma vasta rede de transporte entre ônibus e metrô, que levam as milhares de pessoas às escolas, shopping, empresas e universidade.

A região central da cidade de São Paulo já foi contemplada em outros períodos pelo glamour de seus registros fotográficos por anônimos em várias décadas, no século XX, que revelam a exuberância de sua arquitetura, cultura e o movimento migratório que levou a província São Paulo num cenário multifacetado a partir da era industrial.

Quem se recorda deste tempo, já está em outra fase da melhor idade, a cidade de São Paulo era o sonho de muitos que vinham de outras cidades, estados e países. A região era tomada por muitas fábricas com oportunidades de emprego, que foram caindo a oferta e demanda

Os mais jovens que nasceram após a década de 1980, já não conseguem enxergar este período da ‘Paulicéia Desvairada’, descrita pelos modernistas que trouxeram influências estrangeiras até sua fase cosmopolita da cultura somada às outras tantas que se transformaram até os anos 1970.

O trabalhador Antônio, com mais de 60 anos, que está na região há mais de 20 anos, sabe desta transformação que leva o bairro Pari a uma sensação de abandono pelo poder público. Ele acha que a prefeitura apenas faz propaganda com a vila e a rua que funcionam bem , onde está instalada avenida Projetada Canindé Pari, 279, mas na região, em outras ruas, a sujeira, a insegurança e os usuários de drogas só pioram a situação.

“Eles são de situação de rua, estão tudo aí! O que a gente vê desde que inaugurou, eles discutem entre eles, tem bastante regra ai e aqui eu não vi nada, nenhum movimento contrário. Oh! Eles ficam varrendo”.

A Prefeitura de São Paulo informa que inaugurou a Vila Reencontro Pari, em 2023, terceira e maior unidade do programa de acolhimento voltado a famílias em situação de rua na cidade e realizada pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento.

Social (SMADS), numa área construída em um terreno de mais de 8.800 m² e com 100 unidades modulares planejadas para abrigar até 400 pessoas.

De acordo com a pasta, o Programa Reencontro é inspirado no modelo de Housing First (“Moradia Primeiro”) e foram investidos pela Prefeitura, ao todo, R$ 6,9 milhões na instalação dos módulos da Vila Reencontro Pari e, além da infraestrutura e acompanhamento profissional, diariamente, as famílias recebem café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar.

Na vila, as casas e as áreas comuns incluem lavanderia, cozinha comunitária, biblioteca, brinquedoteca, quadra poliesportiva, além de salas administrativas e de atendimentos sociais.
Segundo a prefeitura, há ainda um trabalho na Vila Pari de acompanhamento da assistência social a essas famílias em situação de rua, fornecimento de cursos profissionalizantes, além de biblioteca e playground. De acordo com a Smads, as pessoas realizam trabalho de zeladoria na região como varrição, corte de grama e retirada de lixo e entulho nas vias.

Os critérios de elegibilidade para acolhimento é para quem se encontra em extrema vulnerabilidade social (abaixo da pobreza, estado de miséria), para serem contempladas às moradias transitórias, com base nos dados do CadÚnico, principalmente as famílias em que as mulheres são as responsáveis e que possuam menores que estejam em situação de rua por um período mais recente.

A Vila Reencontro Pari está localizada na avenida Projetada Canindé Pari, 279

Reportagem: Márcia Brasil
Fonte: Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS)
Imagens: Márcia Brasil e redes sociais

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