Peruas escolares retomam o transporte de alunos na Cidade de São Paulo
Após a segunda morte de criança esquecida no interior da perua, regras foram endurecidas.
Na cidade de São Paulo, o ano letivo de 2024 para alunos das escolas municipais começa com o cuidado dobrado do Transporte Escolar Gratuito (TEG), após a morte de duas crianças dentro de peruas escolares.
As duas crianças foram esquecidas dentro das vans escolares que estavam fechadas, nos dias mais quentes do ano, em 2023, por conta da forte onda de calor na capital paulista que atingiu as temperaturas acima de 37 graus centígrados.
Os casos aconteceram na região norte e leste, uma criança no Parque Novo Mundo, e a outra na Mooca. Após as mortes, a orientação e fiscalização a motoristas de transporte escolar foram reforçadas. Além dos familiares que cobram mais atenção dos responsáveis pelas peruas.
Vitória diz que achou irresponsáveis as pessoas que cuidam das peruas onde as crianças morreram. Sua sobrinha é levada por perueiros que ela confia, que atende outras crianças da família
“Eu acho que foi muita irresponsabilidade, porque quando você vai entregar as crianças, você tem que saber quais crianças você vai entregar para quais pais e também você tem que olhar se as crianças já foram embora.”
Motoristas de van escolares têm recebido orientações da Prefeitura de São Paulo e do sindicato da categoria. A ação acontece, somente após a morte das duas crianças, criticam entidades, mães e diretores de escolas.
O Sindicato do Transporte Escolar disse que prepara a distribuição de 10 mil panfletos na volta às aulas com procedimentos a serem realizados diariamente pelos motoristas, uma das recomendações é sempre checar se todas as crianças foram desembarcadas.
O órgão realiza conversas com os diretores de escolas e diz que tragédias como essas alertam para que aprimorem mais a segurança no segmento escolar. A atenção redobrou e são feitas palestras online e periodicamente alertando os condutores escolares.
De acordo com o sindicato, a presença de monitores é essencial e justifica que devido ao fim de ano alguns motoristas entram no automático, mas alega que a maioria são mães ou pais de família e já têm todo o cuidado com as crianças, explica.
As condições de trabalho não são usadas como justificativas. Isso porque, os motoristas de vans escolares trabalham por turnos divididos ao longo do dia pela manhã, depois na hora do almoço e no fim da tarde.
A prefeitura afirmou que o DTP (Departamento de Transportes Públicos) fez reuniões com representantes das cooperativas para que reforcem as orientações. O órgão também abriu um procedimento administrativo sobre o último caso Antes de pedir autorização à prefeitura, os motoristas devem fazer um curso de capacitação no Detran. Uma formação sobre transporte escolar de crianças com deficiência e mobilidade reduzida também precisa ser realizada e renovada a cada
cinco.
A grade dos cursos é genérica e apresenta, por exemplo, conceitos de acessibilidade e cuidados no embarque e desembarque. Na formação para condutores, os conteúdos são voltados para legislação de trânsito e noções de primeiros socorros
Também são exigidos, para a aprovação do cadastro, CNH categoria D ou E, além de uma série de certidões comprovando a idoneidade do transportador”, afirma a prefeitura.
Hoje, a capital conta com o TEG (Transporte Escolar Gratuito), que é oferecido pela administração municipal, e o serviço particular, que deve ter autorização pela prefeitura.
A prefeitura poderia investir em publicidade para alertar os pais a não contratarem vans clandestinas. Além de aprimorar melhor os cursos nos CFC, trazendo mais informações do dia a dia do transporte escolar, reitera o sindicato.
Reportagem: Márcia Brasil
Fonte: Sindicato do Transporte Escolar / Secretaria Municipal da Educação
Imagens: Márcia Brasil
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