Delegacias de Defesa da Mulher recebem número alto de casos de estupros

Na região leste, as vítimas são acolhidas pela 8a Delegacia de Defesa da Mulher – DDM São Mateus.

A 8a Delegacia de Defesa da Mulher – DDM São Mateus tem como objetivo promover a justiça, proteger e fazer valer os direitos da mulher, criança ou adolescente vítimas de violência doméstica e/ou sexual, que passaram a procurar mais ajuda, com isso as DDMs tiveram aumento no número de casos por conta das vítimas que tomam coragem para denunciar.

De acordo com a divulgação da 8a DDM São Mateus, nas atividades e atendimento são elaborados boletins de ocorrência e termos circunstanciados. A unidade intima, investiga e colhe depoimentos no bojo de inquéritos policiais, bem como solicita medidas protetivas de urgência para o Poder Judiciário.

Nas ocorrências não criminais, a 8a DDM fornece orientação jurídica e encaminha para os centros de referência da mulher e para a defensoria pública. O acompanhamento da vítima, em caso de crime, tem o suporte do acolhimento, orientação, registro de ocorrências e instauração de inquéritos policiais, além de encaminhamentos para abrigos, centros de referência da mulher e defensoria pública.

Três em cada quatro estupros são de vulneráveis, maioria crianças. Dados foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública e analisados. De acordo com a SSP, o crime de estupro é o que tem o mais alto índice de subnotificação. Já a dra. Jamila Ferrari, coordenadora estadual das Delegacias de Defesa da Mulher, defende que o aumento de registros de boletins de ocorrência indica que agora as vítimas possuem mais confiança para procurar a polícia.

A secretaria afirma ainda que “SP se destaca por possuir a maior estrutura que permite que as mulheres registrem esses crimes por meio da internet 24h por dia, além de 140 DDMs e 77 salas, anexas nos plantões policiais, em que as vítimas são atendidas por videoconferência, interagindo com a equipe da DDM Online.”

A estudante Janaína (18 anos) se sente insegura para sair sozinha, ela acha que o número de policiais nas ruas é quase nulo, devido à quantidade de celulares que ela sabe que as amigas já sofreram com os roubos pois são mais vulneráveis. E os adultos e pais são responsáveis também pela segurança das filhas:

“Eu não acho tão bacana, porque … eu acho muito triste por tudo que acontece por conta da falta de segurança nos bairros e falta de segurança dos próprios pais, são crianças que estão sozinhas nas ruas e hoje os tempos mudaram. Eu acho que é muita falta de segurança e responsabilidade também”.

A 8a DDM São Mateus informa que acolhe as vítimas em todas as condições de atendimento: mulheres de todas as idades, crianças e adolescentes de ambos os sexos, vítimas de violência doméstica ou sexual.

A unidade tem na equipe delegadas, escrivãs, investigadoras, carcereiras e profissionais de limpeza.

Entidades de defesa das mulheres criticam as políticas públicas para o combate à violência de gênero devido ao número expressivo que cresce de estupro e feminicídio, tanta propaganda e poucos espaços de atendimento e acolhimento a mulher.

As instituições acham que a cidade de São Paulo deveria ter mais DDM, a capital conta apenas com oito unidades, o que “muito pouco” para a população que cresceu, e os investimentos não acompanharam proporcionalmente o crescimento e a onda de violência das vítimas que disparam e crescem a cada dia.

Serviço:
8a delegacia de defesa da mulher – DDM São Matheus
Período de atendimento: das 9 às 18 horas, de segunda à sexta-feira (dias úteis). Endereço: Avenida Osvaldo Valle Cordeiro, 190
Bairro: Jardim Aricanduva

Cidade: São Paulo
Ponto de referência: próximo à avenida Itaquera, altura do número 3000. Estado: SP
Telefone 1: (11) 2742 17 01

Reportagem: Márcia Brasil
Fonte: 8a DDM São Matheus/ Instituto Bem Querer / SSP / USP Imagens: Márcia Brasil

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