CPI da poluição do Pólo Petroquímica investiga danos na região leste
Problema ambiental levou população a doenças como a tireóide
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal investiga as denúncias causadas da poluição do Pólo Petroquímica, localizado na Zona Leste.
A CPI tem a finalidade de ouvir as vítimas que sofreram com os efeitos ambientais e de saúde pública e as possíveis causas e origens da poluição e contaminação ambiental observadas na zona leste do município de São Paulo, nas proximida desda indústria.
Algumas das denúncias investigadas incidem sobre a fuligem preta, as gotículas de óleo e um pó branco que aparecem sobre telhados, carros e pisos das casas dos moradores no entorno do Pólo Petroquímica Capuava (Mauá, Santo André e bairros atingidos na zona leste na divisa como Sapopemba, Itaquera, São Mateus). A população reclama também de forte fogaréu no céu e barulho ensurdecedor.
A população pode fazer denúncias sobre a poluição, trazer informações sobre questões de saúde dos moradores dos bairros vizinhos e apresentar sugestões para redução da poluição.
A CPI ouviu moradores que têm entes doentes e vários relatos acerca da sujeira e da poeira. Donas de casa que não podem nem pendurar uma roupa no varal, crianças e idosos com problemas respiratórios, entre outros casos.
Joaquim reclama dos problemas respiratórios e outros problemas de saúde. “Faltade ar, dor de cabeça, eu já tive duas vezes, em um ano que estou morando aqui, duas vezes eu fui para a emergência com muita falta de ar”.
Ao todo, foram ouvidas 3.580 pessoas, sendo 667 da AMA/UBS Jardim São Francisco II e UBS Parque São Rafael; 829 da UBS Jardim Colorado e UBS Rio Claro; 626 da AMA/UBS Jardim das Oliveiras; 753 da UBS Fazenda da Juta I e UBS Fazenda da Juta II; e 705 da AMA/UBS Jardim Americanópolis. Deste total, 660 pessoas (23%) também aceitaram ser encaminhadas para realização de exames e avaliação médica.
Moradores da região, prestaram depoimentos aos gestores de saúde dos questionamentos iniciados no último encontro do colegiado a gestores de saúde domunicípio sobre o atendimento à população de bairros da zona leste, vizinhos doPólo Petroquímica existente na região.
A Vigilância em Saúde Ambiental da Covisa (Coordenadoria de Vigilância emSaúde) conversou com moradores que também foram ouvidos pela CPI. De acordo com a Covisa, a primeira denúncia recebida referente à poluição do ar na região foiem 2017, mas a investigação não levou a resultados conclusivos.
Em 2021, com outra denúncia, se iniciou o levantamento de dados na região com questionários feitos a moradores da região leste.
Dos munícipes entrevistados dos bairros vizinhos do Pólo Petroquímica, o dado que chamou mais atenção foi o fato de relatarem também ocorrência de tireoidite, que pode ser relacionada à poluição.
A Covisa e a CPI realizam trabalho em conjunto no acompanhamento dos resultados das vítimas e investigam as áreas atingidas entre a região na divisa da cidade de São Paulo com Mauá no ABC paulista.
A CPI ressalta que acompanha os impactos da poluição, entre os quais barulho muito alto e cheiro forte gerados pelas atividades na região.
Segundo a CPI, são realizadas reuniões semanalmente às 11h, todas quintas-feirasna Câmara Municipal, aberta à participação popular que pode acompanhar os trabalhos dessa comissão presidido desde Abril.
Reportagem: Márcia Brasil
Fonte: Câmara Municipal de São Paulo
Imagens: Câmara Municipal de São Paulo/ Redes sociais
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